quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Que Dizer dos Professores?

É compreensível que os pais e demais adultos preocupados façam esta pergunta. Felizmente, a maioria dos professores ainda são pessoas responsáveis e dedicadas. Por que não conversa com os professores da escola de seus filhos? Se eles tiverem tais problemas, deixe esses professores saberem que você não aprova a rebeldia e a interferência com os esforços sinceros que fazem de serem bem úteis. De qualquer modo, deixe-os saber quais são as normas para sua própria família e o que espera de seus filhos sob os cuidados deles. Dessa maneira eles podem ser incentivados a continuar a resistir às tensões emocionais e aos ataques físicos.

Os professores necessitam de seu incentivo. Pense na frustração deles ao observarem os desordeiros serem liberados simplesmente com reprimendas verbais ou alguns dias de suspensão. Certo professor que foi entrevistado disse: “Numa ocasião entrei no banheiro dos rapazes na escola e peguei três deles separando maconha em sacos plásticos. Levei-os ao gabinete e forneci as provas ao vice-diretor. . . . No dia seguinte perguntei o que se fizera com tais alunos. Ele disse que foram mandados para casa por três dias.”

Será que isso influencia a atitude dos alunos quanto ao que eles imaginam que podem fazer e ainda assim safar-se? Definitivamente que sim. Como certo delinqüente juvenil disse a um psicólogo sobre uma acusação de grave delito: “Grande coisa! Tudo que farão é levar-me ao tribunal e dar-me um sermão por alguns minutos.” Portanto, alguns jovens desprezam o inteiro sistema de autoridade e de justiça. Em conseqüência, o comportamento deles gera uma pressão sobre os colegas. Os alunos expulsos utilizam seu tempo livre para vadiar nos pátios da escola e para incitar outros ao mau procedimento. Eles tornam-se heróis!

Que Está Acontecendo

Uma razão por que os pais e outros que pagam impostos acham difícil de compreender o que se passa é que eles supõem que as escolas sejam exatamente como eram anos atrás quando as freqüentavam. Mas as condições mudaram drasticamente. O genitor típico ficaria chocado diante do comportamento diário de hoje em dia.

Não, não estamos nos referindo a algumas travessuras inofensivas de colegiais. Estamos falando sobre circulação de drogas e o vício de drogas, o uso de bebidas alcoólicas, a conduta promíscua — até mesmo a fornicação — nas próprias escolas. Estamos falando de brigas, esfaqueamentos — inclusive ataques aos professores e diretores — dentro dos próprios prédios escolares. Estamos falando acerca da destruição insensata e desavergonhada de dispendiosas propriedades escolares.

E isso não é tudo. Em algumas salas de aula os dias são repletos de conflitos entre professores e jovens desrespeitosos. Professores conscienciosos tentam manter o andamento das aulas para o benefício dos que querem aprender, mas estudantes rebeldes interrompem, desafiam a autoridade e criam revoltas. Existe a tendência de outros imitarem os indisciplinados, de modo que a classe inteira pode voltar-se contra o professor no decorrer do tempo. (Num certo caso todos os estudantes enfileiraram-se encarando a parede e recusaram-se a comunicar com o professor.) No fim do dia os professores ficam frustrados, doentes, esforçando-se a manter o juízo perfeito e o amor-próprio. Dessa maneira, oportunidade, talento e dinheiro — seu dinheiro — são desperdiçados.

Se acrescentar ao acima um débil critério de notas e um sistema de corrigir provas de tal nível que simplesmente quase todos podem passar, o que se obtém é um ambiente onde há pouco incentivo para aprender e se dedicar. Pior ainda, os alunos que procuram fazer as coisas direito são maltratados, ameaçados, espancados e ridicularizados. São enormes as pressões para se conformar à anarquia e à promiscuidade.

Pense na situação dum jovem em seu primeiro ano do segundo grau, cuja carteira de estudante fora surrupiada por outros alunos que escreveram a palavra “GAY” (homossexual) na frente de seu retrato, de fora a fora, com tinta grossa. Por quê? Porque ele se recusara a se empenhar em fornicação. Os alunos também telefonaram aos pais desse jovem, e, dando-lhes a impressão de que falavam com o rapaz, disseram que o pedido dele de maconha estava disponível — isso para minar a confiança dos pais e criar problemas para o rapaz no lar. De vez em quando também destruíam seus trabalhos escolares, seus livros e projetos eletrônicos e até mesmo o atacavam fisicamente nos corredores da escola. Em tais circunstâncias, quantos suportarão por muito tempo?

‘Vocês estão descrevendo algumas situações extremas em escolas de favela’, talvez diga, ‘mas essa não é a situação onde meus filhos estudam’. Tem certeza? ‘Bem, eles nunca me disseram algo parecido a isso’, poderá responder. Já perguntou? Naturalmente, esperamos que a situação de seus filhos não seja tão ruim assim, mas podem estar embaraçados demais para mencionar o que está acontecendo, ou talvez tenham sido intimidados por outros. ‘Mas onde estão os professores quando tais coisas ocorrem?’, poderá perguntar.

Que está acontecendo nas escolas?

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá

SE VOCÊ mora na América do Norte ou na Europa, provavelmente paga impostos substanciais para prover educação aos seus filhos. Em algumas regiões há novos prédios escolares, impressionante conjunto de equipamentos modernos nas salas de aula e muitos cursos sobre assuntos atuais Mas, significa tudo isso que os filhos que hoje estudam são mais instruídos que os de outrora? Não necessariamente.

O fato é que na América do Norte há muitos estudantes em seu último ano do segundo grau (12.a série) que não lêem melhor do que os que estão na quinta série. E é igualmente veraz que alguns estudantes não compreendem muito daquilo que lêem Um número surpreendente não tem uma caligrafia legível. Em resultado, a probabilidade de se tornarem membros produtivos da sociedade é bastante limitada.

Por que os maus resultados? Que está acontecendo com a educação dos filhos?

sábado, 28 de agosto de 2010

Aprender tem de ser sempre divertido?

  O professor William Ayers alistou dez mitos sobre o ensino. Um deles é: “Os bons professores ensinam divertindo.” Ele continua: “A diversão distrai e é agradável. Os palhaços são divertidos. Brincadeiras podem ser engraçadas. Já aprender pode ser envolvente, absorvente, surpreendente, intrigante, cativante e muitas vezes bem agradável. Se for divertido, muito bem. Mas não precisa sê-lo todo o tempo.” Ele acrescenta: “Ensinar requer amplo conhecimento, habilidade, talento, bom critério e compreensão — e acima de tudo, uma pessoa atenciosa, que se interesse pelos alunos.” — To Teach—The Journey of a Teacher.
  Sumio, de Nagoya, Japão, encontra o seguinte problema entre os alunos: “Muitos alunos do ensino médio não têm interesse em nada a não ser em se divertir e fazer coisas que não exijam nenhum esforço.”
  Rosa, conselheira estudantil de Brooklyn, Nova York, disse: “A atitude geral dos alunos é de que aprender é chato; que o professor é chato. Eles acham que tudo devia ser divertido. Não entendem que aprender depende do esforço de cada um.”
  Pensar só em se divertir torna mais difícil para os jovens se esforçarem e fazerem sacrifícios. Sumio, acima citado, disse: “O problema é que eles não conseguem enxergar as coisas em longo prazo. São pouquíssimos os alunos do ensino médio que enxergam que o esforço de hoje será compensado no futuro.”

O que faz com que um professor seja bem-sucedido?

  Como definiria um bom professor? É aquele que consegue desenvolver a memória da criança para que consiga repetir fatos e passar nas provas? Ou é alguém que ensina o aluno a questionar, a pensar e a raciocinar? Qual deles ensina a criança a se tornar um bom cidadão?
  “Quando nós, como professores, reconhecemos que somos parceiros com nossos alunos na longa e complexa jornada da vida, quando começamos a tratá-los com a dignidade e o respeito que merecem como seres humanos, estamos no caminho certo para nos tornarmos bons professores. É tão simples assim, mas igualmente desafiador.” — To Teach—The Journey of a Teacher.
  Um bom professor reconhece o potencial de cada aluno e sabe explorar isso. William Ayers comenta: “Precisamos encontrar um método melhor, capaz de explorar pontos fortes, vivência e habilidades . . . Lembro-me do pedido de uma americana nativa cujo filho de cinco anos fora rotulado de ‘lento na aprendizagem’: ‘O Lobo do Vento sabe o nome e o padrão de migração de mais de 40 aves. Ele sabe que uma águia tem de ter 13 penas na cauda para poder se equilibrar. O que ele precisa é de um professor que entenda e valorize o seu potencial.’”
  Para melhor aproveitar o potencial de cada criança, o educador precisa descobrir o que a interessa ou motiva e o que faz com que ela se comporte ou pense de determinada maneira. E o professor dedicado precisa amar as crianças.

Poucos professores para muitos alunos

Berthold, de Düren, Alemanha, expressou outra queixa comum: “As classes são muito numerosas! Algumas têm até 34 alunos. Isso significa que não temos condições de prestar atenção aos alunos com problemas. Eles passam despercebidos. As necessidades individuais são negligenciadas.”
Leemarys, já citada, explicou: “No ano passado, meu maior problema era, além de pais indiferentes, ter 35 crianças na classe. Imagine ensinar 35 crianças de seis anos!”
Iris disse: “Aqui em Nova York há escassez de professores, principalmente de Matemática e de Ciências. Eles conseguem um emprego melhor em outro lugar. Assim, a cidade contratou muitos professores estrangeiros.”
É óbvio que o magistério é uma profissão que exige muito. O que faz com que muitos professores continuem motivados? Por que continuam na profissão e não desanimam? O último artigo desta série responderá a essas perguntas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Apóie seus filhos

(1) Interesse-se a fundo pelo que seus filhos aprendem na escola. A melhor ocasião para iniciar é quando a criança começa a ir à escola. Os filhos mais novos em geral aceitam melhor a ajuda dos pais do que os adolescentes.

Leia junto com seus filhos. “Cerca de 75% do aprendizado formal”, segundo David Lewis, “ocorre via leitura”. Você poderá assim desempenhar um papel importante no desenvolvimento da fluência na leitura de seus filhos. Pesquisas indicam que o progresso de crianças que são ajudadas a ler em casa não raro é maior do que o de jovens que recebem assistência de especialistas na escola.

Poderá também ajudar seus filhos nos exercícios de caligrafia, e, por que não, de aritmética. “Você não precisa ser um gênio em matemática para ajudar no ensino de matemática básica”, diz o educador Ted Wragg. Naturalmente, se você mesmo carece de ajuda nessas áreas, não permita que a sua inabilidade o impeça de interessar-se pelo que seus filhos aprendem.

(2) Consulte os professores de seus filhos a respeito do currículo. Pela leitura do prospecto da escola, descubra o que se ensinará aos seus filhos. Fazer isso antes de começar o ano letivo o alertará a áreas problemáticas. Daí, uma visita ao professor para considerar como seus desejos parentais podem ser respeitados, pavimentará o caminho para uma boa cooperação. Aproveite as reuniões que a escola organiza para aproximar pais e professores. Se for costume em sua região, nos dias abertos a visitas, vá à escola e fale com os professores de seus filhos. Esses contatos são inestimáveis, especialmente quando surgem problemas.

(3) Ajude os filhos a fazer uma opção. Conheça os gostos e as aversões de seus filhos. Fale a respeito de alvos meritórios. Consulte os professores para saber quais são as opções.

A comunicação aberta pode evitar ressentimentos. Muitas escolas pressionam os alunos mais brilhantes a buscar educação superior. Mas os estudantes que fazem do ministério cristão a sua carreira geralmente evitam uma extensa educação universitária. Em vez disso, quando optam por uma educação suplementar, preferem algum estudo que os habilite a sustentar a si mesmos. Professores conscienciosos às vezes encaram isso erroneamente como rejeição de tudo o que eles tentaram ensinar. Explicar pacientemente aos professores as possibilidades de educação adicional para o seu filho no campo que ele escolheu convencerá os professores de que os pais cristãos realmente desejam que seus filhos continuem a aprender.

Os papéis dos pais e dos professores

“Os pais são . . . os mais importantes educadores de seus filhos”, afirma Doreen Grant, autora de um estudo sobre a influência da escola no ambiente familiar. Mas como pai, ou mãe, talvez ache difícil aceitar esta idéia.

Talvez observe que os métodos de ensino mudaram muito desde seus tempos de escola. Hoje as escolas ensinam matérias antes desconhecidas, tais como estudos sobre a mídia, saúde e microeletrônica. Isto tem levado alguns pais a ter um contato mínimo com a escola. “Falar com os professores dos filhos pode levar o mais autoconfiante adulto a se sentir como se tivesse cinco anos de idade e um metro e vinte de altura”, escreve o Dr. David Lewis em Help Your Child Through School (Ajude Seu Filho na Escola). “Em vez de discutirem dificuldades ou preocupações com professores em termos de igualdade, alguns revertem ao comportamento infantil.”

De fato, alguns pais só procuram os professores de seus filhos em caso de problemas sérios. E daí, quase sempre, para se queixar. Mas os pais podem, e muitos o fazem, dar uma contribuição significativa à educação de seus filhos por cooperar com os professores.

Faz parte do dever parental que você examine e se interesse pelo que seus filhos aprendem na escola. Por quê? Porque os professores, profissionalmente, servem como seus agentes morais. Os valores que defendem afetam seus alunos, pois as crianças encaram seus professores como modelos. Por sua vez, a maioria dos professores acolhe bem a cooperação dos pais de seus alunos.

Certo diretor de escola do sul da Alemanha escreveu aos pais: “Ficou óbvio para nós, professores, mais do que em anos anteriores, que uma inteira parcela de nossos alunos, especialmente os que entram na escola [na Alemanha, aos seis anos de idade], são agora muito empedernidos e insensíveis, totalmente malcriados. Muitos são completamente desenfreados, não conhecem limites; não têm sentimentos de culpa; são extremamente egocêntricos, anti-sociais; e ficam agressivos sem razão evidente, esganam e chutam os outros.”

Este educador continuou: “Ainda que nós, professores, tenhamos com isso muito mais dificuldades, não queremos nos queixar. Mas temos de reconhecer que, apesar de todos os esforços, a escola não pode, sozinha, educar e criar os filhos. Gostaríamos de incentivá-los, estimados pais, a que vocês mesmos tenham uma participação maior na educação dos filhos, sem delegar à televisão ou às ruas aquilo que na verdade é a parte dos pais na responsabilidade do desenvolvimento da personalidade dos filhos, ensinando-lhes normas de comportamento.” — O grifo é nosso.

Mesmo quando os professores fazem este tipo de apelo, muitos pais relutam em ajudar. “Não por serem negligentes, ocupados demais ou lhes faltar confiança”, diz David Lewis, “mas devido à sua firme crença de que o melhor, ou o pior, desempenho escolar da criança pouco tem a ver com a criação e tudo a ver com os seus genes”. Mas este conceito simplesmente não é correto.

Assim como os problemas domésticos não raro afetam o desempenho escolar da criança, uma boa vida familiar pode ajudar a criança a tirar o maior benefício possível da escola. “A família responde pelo sucesso ou fracasso educacional muito mais do que a escola”, conclui certa pesquisa educacional. O livro How to Help Your Child Through School concorda: “Mesmo os pais mais ocupados devem reconhecer que a sua atitude — seu interesse e encorajamento, e o apoio que dão, mesmo quando não presentes em pessoa — pode ser crucial para o progresso dos filhos.”

Por que faltam professores?

Para Yoshinori, com 32 anos de magistério no Japão, “lecionar é um trabalho nobre com bom incentivo, sendo muito respeitado na sociedade japonesa”. Infelizmente, isso não acontece em todas as culturas. Gregorian, já mencionado, disse que os professores “não têm o respeito, o reconhecimento nem a remuneração que merecem como profissionais. . . . Na maioria dos Estados [americanos] o professor tem um salário mais baixo do que qualquer outra categoria profissional que exija o grau de bacharelado ou de mestrado”.

Ken Eltis, citado no início, escreveu: “O que acontece quando os professores descobrem que muitos empregos que requerem bem menos qualificações profissionais pagam muito mais? Ou quando jovens que foram seus alunos há apenas um ano estão ganhando mais do que eles ganham ou até do que poderão ganhar daqui a cinco anos? Essa constatação forçosamente põe em xeque a auto-estima do professor.”

William Ayers escreveu: “Os professores são mal remunerados. . . . Ganhamos em média um quarto do salário dos advogados, metade do que ganham os contadores e menos do que motoristas de caminhão e estivadores.  . . . Não existe outra profissão que exija tanto da pessoa e em que a compensação financeira seja tão pequena.” (To Teach—The Journey of a Teacher) Falando sobre o mesmo assunto, Janet Reno, ex-procuradora-geral dos Estados Unidos, disse em novembro de 2000: “Podemos mandar homens à Lua. . . . Pagamos uma enorme quantia aos nossos atletas. Por que não podemos pagar os professores?”

“Os professores em geral são mal remunerados”, disse Leemarys. “Com todos os anos de estudo, ainda recebo um pequeno salário anual aqui em Nova York. Isso sem falar no estresse e na agitação que a vida na cidade grande acarreta.” Valentina, professora em São Petersburgo, Rússia, disse: “O trabalho do professor não é reconhecido, se for avaliar pela renda. A remuneração sempre foi abaixo do piso salarial.” Marlene, de Chubut, Argentina, concorda: “Por causa dos salários baixos, somos obrigados a trabalhar em dois ou três estabelecimentos, correndo de um lugar para outro. Isso sem dúvida prejudica a qualidade de nosso trabalho.” Arthur, professor em Nairóbi, Quênia, disse à Despertai!: “Com a piora da situação econômica, não é fácil ser professor. Muitos dos meus colegas admitem que os salários baixos não incentivam as pessoas a ingressar na profissão.”

Diana, professora em Nova York, queixou-se da enorme quantia de papéis que toma muitas horas dos professores. Outro professor escreveu: “Passamos a maior parte do tempo no mesmo ritual de repetição e rotina.” Uma queixa comum era: “O dia inteiro temos formulários e mais formulários malucos para preencher.”

Mães adolescentes

Outro grande problema é a atividade sexual dos adolescentes. George S. Morrison, autor de Teaching in America, fala sobre a situação nos Estados Unidos: “Cerca de 1 milhão de adolescentes (11% das meninas de 15 a 19 anos ficam grávidas todo ano.” Entre todas as nações desenvolvidas, os Estados Unidos é o país com o maior índice de gravidez de adolescentes.

Essa situação é confirmada por Iris: “Os adolescentes só falam de sexo e festinhas. É uma obsessão. E agora, com a Internet nos computadores das escolas, os alunos têm acesso às salas de bate-papo e à pornografia.” Angel, de Madri, Espanha, disse: “A promiscuidade sexual é comum entre os estudantes. Tivemos casos de meninas bem novas engravidarem.”

Armas na escola?

Nos Estados Unidos, recentes casos de alunos que atiraram em colegas ou em professores na escola salientaram que a violência relacionada com armas de fogo é um problema preocupante naquele país. Certo relatório diz: “Calcula-se que todo dia 135.000 armas sejam levadas às 87.125 escolas públicas do país. Para reduzir o número de armas nas escolas, as autoridades estão usando detectores de metal, câmeras de vídeo e cães com treinamento especial para farejar armas. Instituíram-se também a inspeção de armários de estudantes, o uso de cartões de identificação e a proibição de levar mochilas para a escola.” (Teaching in America) Tais medidas de segurança levantam a pergunta: Estamos falando de escolas ou de prisões? O relatório acrescenta que mais de 6.000 alunos foram expulsos por terem levado armas à escola!

Iris, professora de Nova York, disse à Despertai!: “Os alunos trazem armas escondidas. Os detectores de metal não impedem a entrada delas. O vandalismo é outro grande problema.”

É em meio a esse ambiente anárquico que muitos professores conscienciosos se esforçam para educar e transmitir valores. Não é de admirar que muitos sofram de depressão e estafa. Rolf Busch, presidente da Associação de Professores na Turíngia, Alemanha, disse: “Quase um terço do um milhão de professores na Alemanha adoecem em decorrência do estresse. Eles ficam estafados.”

Educar: Os sacrifícios e os riscos

“As cobranças são muitas, mas os educadores em nossas escolas não recebem o devido reconhecimento por seus esforços.” — Ken Eltis, Universidade de Sydney, Austrália.

É PRECISO admitir que a chamada “profissão mais importante “está repleta de desafios. Estes vão de salários inadequados a salas de aula precárias; de um calhamaço de papéis (provas, apostilas, trabalhos, etc.) a classes muito numerosas, de desrespeito e violência à indiferença dos pais. Como alguns professores lidam com essas dificuldades?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Obstáculo ao Ensino

Tem havido extensivo colapso na disciplina na sala de aula. Não falo simplesmente de se jogar bolinhas de papel, pedaços de giz, outros objetos variados por trás das costas do professor. Há rebelião aberta contra a autoridade. As crianças em geral fazem o que querem, e os mestres amiúde sentem-se impotentes de manter a ordem. São chocantes a gritaria e a algazarra em algumas salas de aula.

Em uma turma que conheço, o professor, em desespero de causa, imaginou um artifício para obter atenção. Era um ginásio só para moças, onde as jovens costumavam sentar-se em grupinhos, cuidando das unhas, penteando umas os cabelos das outras, ou trocando fotos de namorados que traziam nas carteiras. O professor recorreu à escrita das palavras mais compridas que podia imaginar no quadro negro, e ofereceu-se a aprovar qualquer jovem que conseguisse mais tarde soletrá-las de modo correto. Isto se tornou a rotina diária das aulas.

Devido a que mais estudantes têm pouco ou nenhum interesse na matéria, ‘matar’ aulas é comum. Amiúde, um terço ou mais da turma está ilegalmente ausente. Muitos estudantes só comparecem um dia ou dois no semestre. São mantidos na escola, contudo, de modo que as subvenções, concedidas à base do número de estudantes matriculados, sejam recebidas pelas escolas.

Em resultado da diretriz comum de deixar passar os estudantes, sem considerar os resultados acadêmicos, muitos ‘veteranos’ dificilmente sabem ler ou escrever. Literalmente milhares de estudantes passam de ano em ano, chegando por fim a formar-se como analfabetos funcionais. Tentar ensinar a tais alunos e, ao mesmo tempo, ajudar os outros, é virtualmente impossível.

O ambiente físico constitui outro obstáculo ao ensino. Os prédios escolares amiúde se acham em condições terrivelmente abandonadas e dilapidadas, muito longe de propícios ao ensino ou a aprendizagem.

Todavia, estas são apenas parte das condições contribuintes para o quase colapso de muitas escolas das grandes cidades.

Enfrentam o colapso as escolas das grandes cidades?

Uma professora veterana do ginásio, da cidade de Nova Iorque, fala sobre os problemas escolares que devem interessar a todos.

A DIFICULDADE das nossas escolas, creio eu, é mais grave do que provavelmente imaginei. Vez após vez tenho visto diretores de escolas minimizarem ou até mesmo ocultarem deliberadamente os problemas. Por quê? Porque desejam dar a impressão de que fazem um bom trabalho — que têm tudo sob controle. Mas, alguns administradores mais honestos são francos.

Neil V. Sullivan, como Comissário de Educação do Estado de Massachusetts, EUA, disse: “Nossas escolas públicas não funcionam. . . . O próprio sistema está literalmente rebentando nas costuras.” E o ex-Superintendente das Escolas de Filadélfia, Mark Shedd, avisou: “A educação urbana em toda a parte está à beira do colapso.”

Estas conclusões talvez pareçam extremadas, mas posso garantir que são verdadeiras. Nos últimos quinze anos tenho ensinado em cerca de doze ginásios da cidade de Nova Iorque tanto como professora substituta como efetiva. E, realmente, a situação quase que é impossível de ser descrita. É preciso vê-la para se poder entendê-la plenamente.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aprender tem de ser sempre divertido?

  O professor William Ayers alistou dez mitos sobre o ensino. Um deles é: “Os bons professores ensinam divertindo.” Ele continua: “A diversão distrai e é agradável. Os palhaços são divertidos. Brincadeiras podem ser engraçadas. Já aprender pode ser envolvente, absorvente, surpreendente, intrigante, cativante e muitas vezes bem agradável. Se for divertido, muito bem. Mas não precisa sê-lo todo o tempo.” Ele acrescenta: “Ensinar requer amplo conhecimento, habilidade, talento, bom critério e compreensão — e acima de tudo, uma pessoa atenciosa, que se interesse pelos alunos.” — To Teach—The Journey of a Teacher.

  Sumio, de Nagoya, Japão, encontra o seguinte problema entre os alunos: “Muitos alunos do ensino médio não têm interesse em nada a não ser em se divertir e fazer coisas que não exijam nenhum esforço.”

  Rosa, conselheira estudantil de Brooklyn, Nova York, disse: “A atitude geral dos alunos é de que aprender é chato; que o professor é chato. Eles acham que tudo devia ser divertido. Não entendem que aprender depende do esforço de cada um.”

  Pensar só em se divertir torna mais difícil para os jovens se esforçarem e fazerem sacrifícios. Sumio, acima citado, disse: “O problema é que eles não conseguem enxergar as coisas em longo prazo. São pouquíssimos os alunos do ensino médio que enxergam que o esforço de hoje será compensado no futuro.”

O que faz com que um professor seja bem-sucedido?

  Como definiria um bom professor? É aquele que consegue desenvolver a memória da criança para que consiga repetir fatos e passar nas provas? Ou é alguém que ensina o aluno a questionar, a pensar e a raciocinar? Qual deles ensina a criança a se tornar um bom cidadão?

  “Quando nós, como professores, reconhecemos que somos parceiros com nossos alunos na longa e complexa jornada da vida, quando começamos a tratá-los com a dignidade e o respeito que merecem como seres humanos, estamos no caminho certo para nos tornarmos bons professores. É tão simples assim, mas igualmente desafiador.” — To Teach—The Journey of a Teacher.

  Um bom professor reconhece o potencial de cada aluno e sabe explorar isso. William Ayers comenta: “Precisamos encontrar um método melhor, capaz de explorar pontos fortes, vivência e habilidades . . . Lembro-me do pedido de uma americana nativa cujo filho de cinco anos fora rotulado de ‘lento na aprendizagem’: ‘O Lobo do Vento sabe o nome e o padrão de migração de mais de 40 aves. Ele sabe que uma águia tem de ter 13 penas na cauda para poder se equilibrar. O que ele precisa é de um professor que entenda e valorize o seu potencial.’ ”

  Para melhor aproveitar o potencial de cada criança, o educador precisa descobrir o que a interessa ou motiva e o que faz com que ela se comporte ou pense de determinada maneira. E o professor dedicado precisa amar as crianças.
Calcula-se que todo dia 135.000 armas sejam levadas às escolas americanas

‘O tráfico de drogas é comum, mas raramente é descoberto.’ — MICHAEL, ALEMANHA

“A violência e o uso de drogas na família afetam diretamente as crianças.” — AMIRA, MÉXICO

Os professores . . . precisam ser tratados como os demais profissionais, não ser relegados ao papel de babás.” — SANDRA FELDMAN, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO AMERICANA DE PROFESSORES

Poucos professores para muitos alunos

Berthold, de Düren, Alemanha, expressou outra queixa comum: “As classes são muito numerosas! Algumas têm até 34 alunos. Isso significa que não temos condições de prestar atenção aos alunos com problemas. Eles passam despercebidos. As necessidades individuais são negligenciadas.”

Leemarys, já citada, explicou: “No ano passado, meu maior problema era, além de pais indiferentes, ter 35 crianças na classe. Imagine ensinar 35 crianças de seis anos!”

Iris disse: “Aqui em Nova York há escassez de professores, principalmente de Matemática e de Ciências. Eles conseguem um emprego melhor em outro lugar. Assim, a cidade contratou muitos professores estrangeiros.”

É óbvio que o magistério é uma profissão que exige muito. O que faz com que muitos professores continuem motivados? Por que continuam na profissão e não desanimam?

“Relegados ao papel de babás”

Outra queixa de alguns professores é que muitos pais se esquivam da responsabilidade de educar seus filhos em casa. Para os professores, os pais devem ser os primeiros educadores das crianças. As boas maneiras devem começar em casa. Não é de admirar que Sandra Feldman, presidente da Federação Americana de Professores, tenha dito que “os professores . . . precisam ser tratados como os demais profissionais, não ser relegados ao papel de babás”.

Os pais muitas vezes não cooperam com a disciplina dada na escola. Leemarys, citada no artigo precedente, disse à Despertai!: “Se você manda uma criança malcomportada à diretoria, corre o risco de ser agredido pelos pais!” Busch, já citado, comentou o seguinte sobre alunos problemáticos: “A formação familiar é algo que está desaparecendo. Você não pode mais esperar que a maioria dos jovens tenha recebido educação em casa.” Estela, de Mendoza, Argentina, lamentou: “Nós, professores, temos medo dos alunos. Se lhes damos notas baixas, eles jogam pedras em nós ou nos agridem. Se temos carro, eles o danificam.”

É de admirar que em muitos países faltem professores? Vartan Gregorian, presidente da Corporação Carnegie de Nova York, avisou: “As escolas [nos Estados Unidos] precisarão de mais 2,5 milhões de professores na próxima década.” Grandes cidades estão “procurando professores da Índia, das Índias Ocidentais, da África do Sul e da Europa e de qualquer outro lugar onde haja bons professores”. Isso, naturalmente, significa que poderão faltar professores em tais lugares.

domingo, 22 de agosto de 2010

Armas na escola?

Nos Estados Unidos, recentes casos de alunos que atiraram em colegas ou em professores na escola salientaram que a violência relacionada com armas de fogo é um problema preocupante naquele país. Certo relatório diz: “Calcula-se que todo dia 135.000 armas sejam levadas às 87.125 escolas públicas do país. Para reduzir o número de armas nas escolas, as autoridades estão usando detectores de metal, câmeras de vídeo e cães com treinamento especial para farejar armas. Instituíram-se também a inspeção de armários de estudantes, o uso de cartões de identificação e a proibição de levar mochilas para a escola.” (Teaching in America) Tais medidas de segurança levantam a pergunta: Estamos falando de escolas ou de prisões? O relatório acrescenta que mais de 6.000 alunos foram expulsos por terem levado armas à escola!

Iris, professora de Nova York, disse à Despertai!: “Os alunos trazem armas escondidas. Os detectores de metal não impedem a entrada delas. O vandalismo é outro grande problema.”

É em meio a esse ambiente anárquico que muitos professores conscienciosos se esforçam para educar e transmitir valores. Não é de admirar que muitos sofram de depressão e estafa. Rolf Busch, presidente da Associação de Professores na Turíngia, Alemanha, disse: “Quase um terço do um milhão de professores na Alemanha adoecem em decorrência do estresse. Eles ficam estafados.”

Drogas e violência

Infelizmente, as drogas se tornaram um problema tão grande nas escolas que a educadora e escritora americana LouAnne Johnson escreveu: “A prevenção do uso de drogas faz parte do currículo de quase todas as escolas, começando no jardim-de-infância. [O grifo é nosso.] As crianças sabem muito mais sobre drogas . . . do que a maioria dos adultos.” E acrescenta: “Os alunos que se sentem desamparados, indesejados, solitários, entediados ou inseguros são os mais fortes candidatos a provar drogas.” — Two Parts Textbook, One Part Love.

Ken, professor da Austrália, perguntou: “Como o professor vai lidar com uma criança de nove anos que aprendeu a usar drogas com os pais e agora está viciada?” Michael, de 30 e poucos anos, dá aulas para o ensino médio na Alemanha. Ele escreve: “Sabemos muito bem que existe a venda e o consumo de drogas na escola, mas isso raramente é descoberto.” Ele também comenta a indisciplina e diz que ela “se manifesta numa mania de destruição generalizada”, acrescentado: “As mesas e as paredes estão sujas e os móveis estão danificados. Alguns dos meus alunos têm passagem na polícia por furto em lojas. Não admira que o furto na escola seja tão comum! ”

Amira leciona no Estado de Guanajuato, México. Ela admite: “A violência e o uso de drogas na família afetam diretamente as crianças. Elas vivem num ambiente onde aprendem palavrões e outros vícios. Outro grande problema é a pobreza. Embora o ensino aqui seja gratuito, os pais têm de comprar cadernos, canetas e outras coisas. Mas a alimentação sempre está em primeiro lugar.”

Falta de respeito

Perguntamos a quatro professores de Nova York sobre o que consideram ser os problemas mais graves. A resposta foi unânime: “Falta de respeito.”

De acordo com William, do Quênia, nesse sentido as coisas mudaram também na África. Ele disse: “Os jovens estão ficando mais indisciplinados. Quando eu era jovem, [hoje ele tem mais de 40 anos] os professores eram muito respeitados na sociedade africana. O professor sempre era visto como exemplo, tanto pelos jovens como pelos mais velhos. Hoje esse respeito está diminuindo. A cultura ocidental está aos poucos influenciando os jovens, mesmo nas zonas rurais. Filmes, vídeos e livros retratam a falta de respeito pela autoridade como sinônimo de heroísmo.”

Giuliano, professor na Itália, lamenta: “As crianças são influenciadas pelo espírito de rebelião, insubordinação e desobediência que permeia a sociedade como um todo.”

O Que Dizer do Futuro?

O dinheiro permanece sendo o problema premente. De onde virão os fundos futuros?

Principalmente, dos governos federal e estaduais, e o que esperam os homens da igreja. Eles já forneceram alguma ajuda. A legislação do governo federal, a Lei da Educação Primária e Secundária de 1965, dos EUA, permitem que sejam providos fundos para ajudar tanto as crianças das escolas públicas como das particulares das famílias de baixa renda.

Vários estados têm fornecido coisas tais como transporte gratuito de ônibus, compêndios seculares e alguns subsídios salariais para as escolas paroquiais. Contudo, em 28 de junho de 1971, o Supremo Tribunal dos EUA votou que muitas das provisões estaduais eram inconstitucionais. Apenas outros processos legais determinarão se quaisquer programas estaduais poderão continuar.

Em qualquer caso, o fechamento das escolas católicas abrange mais do que o problema financeiro. Antes, é um indício a mais da crescente falta de interesse que muitos católicos nutrem pela sua igreja e suas instituições.

Serão os Fechamentos Simples Consolidações?

Alguns afirmam que os fechamentos são simples consolidações, uma fusão de escolas. Depois de se fecharem dez escolas em Búfalo, Nova Iorque, certo porta-voz disse: “Nós estamos fechando edifícios, e não escolas. Trata-se duma consolidação. Outros escolas católicas poderão acomodar todos os estudantes.” Em alguns casos, isto é verdade, mas não na maioria. Considere, por exemplo, Pueblo, Colorado, EUA.

Não houve fusões em Pueblo quando todas as doze escolas católicas fecharam e esperava-se que mais de 2.600 alunos fôssem para as escolas públicas. A consolidação é a exceção, e não a regra.

Envolvido Mais do que o Dinheiro

No entanto, o problema transcende as finanças. Outros fatores agravam a situação financeira.

Primeiro, não há mais o forte apoio que antes era dado à Igreja. As disputas após o Segundo Concílio do Vaticano têm deixado alguns desconfiados da Igreja e de suas escolas. Por conseguinte, muitos pais não mais enviam seus filhos a tais escolas.

Adicionalmente, o próprio motivo para a existência das escolas parece ter desaparecido. Sentimentos anticatólicos talvez fôssem fortes nos anos anteriores, mas, em 1960, um católico, John F. Kennedy, foi eleito presidente dos EUA. Grande parte do preconceito já havia, obviamente, desaparecido. Assim, arrazoam os pais, por que agüentar as despesas duplas de mandar os filhos às escolas paroquiais quando se pagam impostos para escolas públicas”?

Também, há falta de clara liderança para as escolas. Conforme Koob e Shaw confessam:

“Nem todos os problemas da educação católica desapareceriam como que por mágica se grandes somas adicionais de dinheiro se tornassem disponíveis de forma súbita. O dinheiro . . . não eliminaria a questão dos alvos e das prioridades.” — P. 61.

Em outras palavras, se o dinheiro se tornasse disponível, Quem o gastaria? Como seria gasto? Sublinharia a escola católica o serviço prestado aos pobres da cidade e a eliminação do desequilíbrio racial? Ou se mudaria para os subúrbios chiques? Quem decidiria o currículo?

Há esforços para se resolver tais questões; porém, há pouca unidade. Assim, tais autoridades eclesiásticas também afirmam:

“Apesar das noções remanescentes de que a Igreja seja um monólito, um inteiro coro de vozes hodiernas ‘falam’ a favor da educação católica, e não raro, cada um parece estar dizendo algo diferente.” — P. 26.

Entre tais “vozes” se acham os bispos e pastores que, embora encarregados das escolas, não raro carecem de treinamento no campo educacional.

Também, nos anos recentes, “juntas de educação” têm-se pronunciado a favor da educação católica. Tais juntas basicamente procuram atrair leigos experientes das paróquias ou dioceses para trabalharem junto com o pastor ou bispo. Mas, tal união não tem produzido liderança decisiva. A respeito de tais juntas, a revista católica Commonweal, de 3 de abril de 1970, disse:

“Sente-se que as juntas escolares de que tanto se fala têm sido grandemente ineficazes em alterar basicamente as prioridades. As juntas escolares proliferam; as iniciativas quanto a diretrizes parecem tão inescrutáveis como antes. As juntas realmente não dispõem de muita autoridade.”

Tais fatores agravam a crise financeira. No entanto, alguns argumentam que os problemas das escolas não são tão sérios quanto as notícias da imprensa nos fariam crer.

Pode Cada Paróquia Suprir Mais Fundos?

Relata-se que as finanças das paróquias, oriundas de campanhas de levantar fundos e de donativos, não podem cobrir as crescentes despesas. Em 1970, segundo se relatou, os fundos paroquiais cobriram apenas cêrca da metade dos custos das escolas primárias e cêrca de um quarto dos custos das escolas secundárias. Mas, nos últimos cinco anos, diz-se que, para cada Cr$ 0,96 de aumento na renda paroquial, os custos escolares aumentaram Cr$ 4,20.

Nem se pode pedir constantemente aos pais que paguem taxas escolares mais altas. Cada vez mais, os abastados retiram seus filhos das escolas paroquiais e se mudam para os subúrbios chiques. Quando se elevam as taxas escolares, os pobres é que restam para custear os aumentos. As taxas escolares, por conseguinte, são mais elevadas em paróquias de baixa renda do que nas mais ricas! As escolas então são fechadas, à medida que os pais mais pobres são compelidos a transferir seus filhos para as escolas públicas.

Conforme se expressam as autoridades católicas em educação, C. A. Koob e R. Shaw:

“As taxas e mensalidades escolares, junto com os donativos, colocam a carga sobre um grupo particular de católicos que, pela própria natureza das coisas, são os que menos podem suportá-la.” — S. O. S. for Catholic Schools (S. O. S. Para as Escolas Católicas), 1970, p. 66.

Compreensivelmente, as autoridades eclesiásticas vêem com suspeição a inteira estrutura financeira paroquial. Afirma uma delas:

“O atual sistema para se financiar a educação escolar católica é inacreditavelmente arcaico, obsoleto e ineficaz.” — Catholic Education Faces Its Future (A Educação Católica Encara Seu Futuro), Neil G. McCluskey, S. J., 1969, p.-264.

Causa Primária dos Fechamentos

Para a maioria dos observadores, há um problema imediato: dinheiro. Basicamente, cada escola tem sempre sido financiada pelos fundos paroquiais locais e pelas taxas escolares. Mas, agora, segundo a revista Time, “o sistema escolar católico-romano nos EUA se acha em sérias e até mesmo desesperadoras dificuldades financeiras”. — 28 de março de 1969.

As despesas sobem vertiginosamente. Todas as escolas, inclusive os sistemas públicos, vêem-se confrontadas por crescentes custos de novos prédios, equipamentos e de ajudas para o ensino. Os salários dos mestres aumentaram grandemente na última década. No entanto, as despesas crescentes atingiram as escolas católicas com ainda maior impacto. Como?

Eis aqui o âmago da questão:

“A freira que desaparece de cena é a causa central da crise financeira que o sistema escolar católico confronta hoje.”

“Os custos sobem em todos os sistemas escolares, mas os católicos também perdem o arcabouço de seu sistema — as dedicadas irmãs e os irmãos das ordens religiosas que trabalham quase em troco de nada.” — Advance-Star de Burlingame (Califórnia, EUA), 19 de dezembro de 1970.

As fileiras destes mestres religiosos que pouco recebem estão declinando continuamente. Juntando-se tudo, houve uma queda de 12 por cento no seu número entre 1967 e 1970! Muitos saíram para casar; alguns se voltaram para novos campos de empreendimentos. Ao mesmo tempo, menos pessoas se tornam freiras e sacerdotes que lecionam.

Em outros casos, os estados têm dificultado as exigências para que as freiras lecionem. Também, parece que as ordens religiosas, vendo as escolas paroquiais declinarem, têm designado maior número de seu pessoal a outras partes. Cada um destes passos significou menor número de mestres de baixos salários. Como é preenchida esta lacuna?

Com mestres leigos. Mas, precisam ser contratados com salários três ou mais vêzes superiores aos pagos a uma freira ou a um sacerdote. E simplesmente fornecer substituições não foi o bastante nos anos recentes, à medida que mais professôres se fizeram necessários.

Desde que os russos lançaram o Sputnik em 1957, trazendo incrementada ênfase à ciência nas escolas dos EUA, exigiram-se mais professôres de ciência. Estes necessitaram de custosos laboratórios. Métodos modernos de educação dividem turmas grandes em menores — mais turmas significam mais professôres. Considerando-se todos os fatores, em apenas dois anos o custo médio para se educar um aluno da escola primária católica subiu cêrca de um têrço. Os custos para a escola secundária subiram um quarto. Esta súbita carga esmagadora sobre as finanças escolares obrigou muitas delas a cerrar as portas.

Como Funciona o Sistema Escolar Católico

Há, basicamente, dois sistemas de escolas nos EUA. Um deles é um sistema público, sustentado pelos impostos. Junto com este, há as escolas particulares, tanto as religiosas (não raro chamadas paroquiais) e outras, que tiveram permissão de funcionar. Por que este sistema separado?

Foi amplamente motivado pelos temores religiosos. No século passado, o sistema de escolas públicas foi considerado orientado pelos protestantes. Oficialmente, os EUA jamais permitiram que qualquer religião estatal fôsse ensinada em suas escolas públicas, como é feito em alguns países. Não obstante, pensava-se que as crianças católicas, sendo minoria, tinham de confrontar fôrças contrárias à sua fé nas escolas públicas. Por conseguinte, o Terceiro Concílio Plenário de Baltimore, em 1884, decretou que, próximo de toda paróquia, devia-se construir uma escola paroquial, como meio de enfrentar as “influências nocivas da religião popularizada”.

Hoje em dia, a maior parte do currículo das escolas católicas é virtualmente uma cópia a carbono do encontrado nas escolas públicas. No entanto, a New Catholic Encyclopedia (1967) admite que uma das coisas “básicas deste currículo, em todas as ocasiões, tem sido a instrução nas verdades da fé”.

Através de grande parte de sua história, o sistema tem tido cuidadosa supervisão religiosa. Um bispo católico é o dirigente de todas as escolas de sua diocese; ele designa um superintendente para trabalhar intimamente com ele. A supervisão imediata de cada escola, contudo, é delegada ao pároco e a um diretor, em geral um membro da junta escolar que pertence a uma ordem religiosa. Similarmente, os membros de tais ordens religiosas, “irmãos” e freiras’ são os que ministram a maior parte do ensino. Por que, porém? depois de quase um século de funcionamento, o sistema se acha em dificuldades,

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Por que estão fechando as escolas católicas?

CRISE é a palavra que mais freqüentemente aparece ao se descrever a condição das escolas católico-romanas nos Estados Unidos. As autoridades de dentro e de fora da Igreja estão convictas de que este sistema escolar se acha agora em graves dificuldades.

Sua preocupação é compreensível, pois o problema é imenso. A rêde de escolas da Igreja nos EUA é, sem comparação, o maior sistema escolar particular ligado à igreja em todo o mundo. Cêrca de quatro e meio milhões de estudantes estão inscritos em suas escolas primárias e secundárias.

Durante apenas os três anos que terminaram em 1970, um total de 877 (7 por cento) destas escolas católicas foram fechadas. E a situação não apresenta sinais de melhora. Notícias da imprensa, tais como as seguintes, são publicadas com regularidade:

“Arquidiocese de Detroit Fechará 56 Escolas.”

“Diocese em Colorado Fechará 12 Escolas.”

“Diocese de Búfalo Fechará 10 Escolas.”

Outros, além dos católicos, são atingidos por tais ações. Grandes números de estudantes extras — mais de 500.000 em dois anos recentes apenas, passaram para escolas públicas. Para cuidar disto, torna-se necessário mais impostos.

Assim, as autoridades educativas e cívicas não-católicas, bem como os contribuintes medianos, perguntam: Por que estão fechando as escolas católicas? Para ajudar a responder a esta pergunta, torna-se necessária alguma informação de fundo.