quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os papéis dos pais e dos professores

“Os pais são . . . os mais importantes educadores de seus filhos”, afirma Doreen Grant, autora de um estudo sobre a influência da escola no ambiente familiar. Mas como pai, ou mãe, talvez ache difícil aceitar esta idéia.

Talvez observe que os métodos de ensino mudaram muito desde seus tempos de escola. Hoje as escolas ensinam matérias antes desconhecidas, tais como estudos sobre a mídia, saúde e microeletrônica. Isto tem levado alguns pais a ter um contato mínimo com a escola. “Falar com os professores dos filhos pode levar o mais autoconfiante adulto a se sentir como se tivesse cinco anos de idade e um metro e vinte de altura”, escreve o Dr. David Lewis em Help Your Child Through School (Ajude Seu Filho na Escola). “Em vez de discutirem dificuldades ou preocupações com professores em termos de igualdade, alguns revertem ao comportamento infantil.”

De fato, alguns pais só procuram os professores de seus filhos em caso de problemas sérios. E daí, quase sempre, para se queixar. Mas os pais podem, e muitos o fazem, dar uma contribuição significativa à educação de seus filhos por cooperar com os professores.

Faz parte do dever parental que você examine e se interesse pelo que seus filhos aprendem na escola. Por quê? Porque os professores, profissionalmente, servem como seus agentes morais. Os valores que defendem afetam seus alunos, pois as crianças encaram seus professores como modelos. Por sua vez, a maioria dos professores acolhe bem a cooperação dos pais de seus alunos.

Certo diretor de escola do sul da Alemanha escreveu aos pais: “Ficou óbvio para nós, professores, mais do que em anos anteriores, que uma inteira parcela de nossos alunos, especialmente os que entram na escola [na Alemanha, aos seis anos de idade], são agora muito empedernidos e insensíveis, totalmente malcriados. Muitos são completamente desenfreados, não conhecem limites; não têm sentimentos de culpa; são extremamente egocêntricos, anti-sociais; e ficam agressivos sem razão evidente, esganam e chutam os outros.”

Este educador continuou: “Ainda que nós, professores, tenhamos com isso muito mais dificuldades, não queremos nos queixar. Mas temos de reconhecer que, apesar de todos os esforços, a escola não pode, sozinha, educar e criar os filhos. Gostaríamos de incentivá-los, estimados pais, a que vocês mesmos tenham uma participação maior na educação dos filhos, sem delegar à televisão ou às ruas aquilo que na verdade é a parte dos pais na responsabilidade do desenvolvimento da personalidade dos filhos, ensinando-lhes normas de comportamento.” — O grifo é nosso.

Mesmo quando os professores fazem este tipo de apelo, muitos pais relutam em ajudar. “Não por serem negligentes, ocupados demais ou lhes faltar confiança”, diz David Lewis, “mas devido à sua firme crença de que o melhor, ou o pior, desempenho escolar da criança pouco tem a ver com a criação e tudo a ver com os seus genes”. Mas este conceito simplesmente não é correto.

Assim como os problemas domésticos não raro afetam o desempenho escolar da criança, uma boa vida familiar pode ajudar a criança a tirar o maior benefício possível da escola. “A família responde pelo sucesso ou fracasso educacional muito mais do que a escola”, conclui certa pesquisa educacional. O livro How to Help Your Child Through School concorda: “Mesmo os pais mais ocupados devem reconhecer que a sua atitude — seu interesse e encorajamento, e o apoio que dão, mesmo quando não presentes em pessoa — pode ser crucial para o progresso dos filhos.”

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