quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Por que faltam professores?

Para Yoshinori, com 32 anos de magistério no Japão, “lecionar é um trabalho nobre com bom incentivo, sendo muito respeitado na sociedade japonesa”. Infelizmente, isso não acontece em todas as culturas. Gregorian, já mencionado, disse que os professores “não têm o respeito, o reconhecimento nem a remuneração que merecem como profissionais. . . . Na maioria dos Estados [americanos] o professor tem um salário mais baixo do que qualquer outra categoria profissional que exija o grau de bacharelado ou de mestrado”.

Ken Eltis, citado no início, escreveu: “O que acontece quando os professores descobrem que muitos empregos que requerem bem menos qualificações profissionais pagam muito mais? Ou quando jovens que foram seus alunos há apenas um ano estão ganhando mais do que eles ganham ou até do que poderão ganhar daqui a cinco anos? Essa constatação forçosamente põe em xeque a auto-estima do professor.”

William Ayers escreveu: “Os professores são mal remunerados. . . . Ganhamos em média um quarto do salário dos advogados, metade do que ganham os contadores e menos do que motoristas de caminhão e estivadores.  . . . Não existe outra profissão que exija tanto da pessoa e em que a compensação financeira seja tão pequena.” (To Teach—The Journey of a Teacher) Falando sobre o mesmo assunto, Janet Reno, ex-procuradora-geral dos Estados Unidos, disse em novembro de 2000: “Podemos mandar homens à Lua. . . . Pagamos uma enorme quantia aos nossos atletas. Por que não podemos pagar os professores?”

“Os professores em geral são mal remunerados”, disse Leemarys. “Com todos os anos de estudo, ainda recebo um pequeno salário anual aqui em Nova York. Isso sem falar no estresse e na agitação que a vida na cidade grande acarreta.” Valentina, professora em São Petersburgo, Rússia, disse: “O trabalho do professor não é reconhecido, se for avaliar pela renda. A remuneração sempre foi abaixo do piso salarial.” Marlene, de Chubut, Argentina, concorda: “Por causa dos salários baixos, somos obrigados a trabalhar em dois ou três estabelecimentos, correndo de um lugar para outro. Isso sem dúvida prejudica a qualidade de nosso trabalho.” Arthur, professor em Nairóbi, Quênia, disse à Despertai!: “Com a piora da situação econômica, não é fácil ser professor. Muitos dos meus colegas admitem que os salários baixos não incentivam as pessoas a ingressar na profissão.”

Diana, professora em Nova York, queixou-se da enorme quantia de papéis que toma muitas horas dos professores. Outro professor escreveu: “Passamos a maior parte do tempo no mesmo ritual de repetição e rotina.” Uma queixa comum era: “O dia inteiro temos formulários e mais formulários malucos para preencher.”

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